quinta-feira, 10 de março de 2011

AS CARTAS DE DEUS - Terceira Carta



Tenho escutado, por milhares e milhares de vezes, a frase dizendo que “se Deus é um Deus de amor Ele não será tão cruel ao ponto de mandar alguém para o Inferno”. Deixem-me corrigir nessa frase a visão que seus defensores tem de mim. Eu não mandei, não mando e nunca vou mandar alguém para o Inferno. As pessoas vão para lá por vontade própria. Vão porque querem ir, simplesmente pelo fato de não me aceitarem em suas vidas. Sendo assim, se não querem o céu que está preparado para os meus filhos adotivos, então vão para o inferno, viver ao lado daquele que resolveu se rebelar contra mim e que por um momento achou que poderia ser maior do que Eu Sou!
É simples assim, já que não existe um lugar no meio, uma espécie de purgatório (que, diga-se de passagem, foi uma criação muito lucrativa para a então Igreja Medieval, numa época em que a certeza de um lugar no céu era vendida a alto preço) onde as almas possam ficar passeando e esperando depois que a vida deixar seus corpos.
Ora, se Eu não devo forçar ninguém a me adorar e a me querer, por que Eu deveria impedir que essas pessoas fossem para o Inferno? Não, não...Eu respeito suas decisões. E isso não tem a ver com amor, mas com fé. Eu realmente amo até aqueles que estão no Inferno neste momento! Porém, por falta de fé nas palavras de salvação que são pregadas há séculos, essas pessoas promoveram suas próprias sentenças, pois meu próprio filho disse aos homens certa vez que todo aquele que cresse Nele não seria julgado, mas aquele que não cresse já estaria condenado! É uma regra muito simples! Mas parece que os homens não conseguem lidar com as coisas simples...preferem as complexas e até as que parecem muito mais difíceis de acreditar! Tomemos como exemplo a crença (ou não) no livro conhecido como Bíblia, que contém as minhas palavras, claro que Eu não a escrevi, mas inspirei, com meu Espírito, aqueles que escreveram as diversas narrativas que ali existem. Não quero entrar no mérito de que existem adulterações nos escritos ou que os copistas fizeram alterações, ou ainda se existem livros ali que não deveriam ter sido selecionados pra compor o conjunto da obra. Isso tudo pode ser manuseado por homens. Porém, gostaria apenas de dizer que o assunto principal de toda a Bíblia continua sendo o mesmo que eu queria tratar com a humanidade: a salvação das almas, o perdão dos pecados e Jesus, o meu Ungido. Isso não recebeu maculação de mãos humanas, isso vem direto do meu coração. Mesmo que os homens arranjassem uma maneira de acabar com todas as Bíblias na face da Terra e calassem as vozes de todos os profetas, ainda assim Eu faria com que a palavra de salvação chegasse a todos os cantos do planeta.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

AS CARTAS DE DEUS - Segunda Carta

Quero continuar nossa conversa buscando um pouco do passado de vocês e tentar corrigir algumas falhas nas suas interpretações a meu respeito e minhas atitudes, ou ainda, minhas “omissões” (usei esse termo por muitos acharem que fui omisso em vários momentos). Sei que vou decepcionar a muitos e impressionar milhões, por isso é necessário dizer de início que Eu não sou uma “força”, uma “energia”, como muitos pensam. Não, não.... me comparar com uma força física qualquer é, no mínimo, me reduzir a minha própria criação. Parem para pensar: se Eu criei a gravidade, a inércia, a cinética, como é que Eu posso ser apenas uma força?! Eu criei, então, no mínimo, sou bem mais que uma força. Quando Eu me apresentei para Moisés disse para ele que “Eu Sou o que Sou”. Não estava querendo dar um nó na mente daquele servo valoroso, mas resumi da melhor maneira quem “Eu sou” (não posso dizer quem Eu era, pois Eu continuo sendo o que sempre fui e serei). Sei que a mente limitada, que Eu dei para cada um de vocês, é incapaz de “ilimitar” minhas dimensões, até porque tais dimensões não existem pra mim nem em mim. Eu não tenho início nem fim, não nasci, não envelheço e nunca vou morrer! Não tenho forma ou matéria como todos os outros deuses criados por vocês, em qualquer de suas mitologias, culturas ou credos. Faço isso justamente para não ser comparado a nada que a criativa mente humana possa imaginar. Até já tentaram me retratar no teto de uma belíssima capela, como sendo um velho robusto de barbas e cabelos grisalhos, tocando no dedo de Adão, minha mais fantástica criatura, dando vida a ele. Sem dúvida é uma obra de arte lindíssima, fruto do talento que dei de presente a Michelangelo, mas mesmo assim Eu não posso ser comparado com nada que exista, pelo simples fato de que tudo que existe é de minha autoria, então não posso ser comparado à minha criação.
Não posso ser uma força por outro motivo: Eu penso, sinto, falo, escuto, me alegro, me aborreço, fico triste, tomo decisões e tenho vários comportamentos que são dignos de uma pessoa. Isso mesmo, uma pessoa. Eu sou uma pessoa, não uma força! Por acaso a gravidade pensa? Alguém já soube de um dia em que a inércia falou com algum ser humano? Ou que a cinética ouviu os seus prantos? Ou que os átomos se alegraram com a atitude de alguém? Creio que agora todos já reconheçam que “Eu Sou o que Sou”. E quando Eu quero agir, quem pode me impedir?
Com relação às minhas chamadas “omissões” (pelo menos muitos tratam o meu silêncio assim), eu gostaria de dizer que muitas das vezes não agi porque não deveria. Tomem como exemplo a morte de meu filho na cruz. Eu poderia ter salvo a vida dele apenas fazendo todos os seus oponentes, fariseus, soldados ficarem cegos. Ou, quem sabe, acometendo todos eles de um mal que lhes tirasse a vida subitamente naquele momento. Mas eu não deveria fazer nada disso, pois as profecias precisavam se cumprir à respeito do Cristo de Deus, à respeito da sua morte vicária pelos pecados dos seres humanos. Para que os homens e mulheres pudessem ter uma nova chance de voltar a me adorar em espírito e em verdade.
Eu poderia ter impedido a morte do apóstolo Paulo e de Pedro? Sim, poderia. Eu poderia ter feito o coração de Adolf Hitler parar de bater antes de iniciar a 2ª Grande Guerra? Sim, poderia. Ou quem sabe impedir que a imoralidade e corrupção se instalasse no clero enquanto várias criaturas vis eram escolhidas como Papas, meus supostos representantes na terra? Sim, eu poderia ter impedido tudo isso, até os atentados de 11 de Setembro, contra as torres gêmeas do World Trade Center e o Pentágono, mas não o fiz porque lá no início da vida humana eu dei de presente para todos vocês o livre arbítrio. Com ele lhes dei o poder de escolher o certo e o errado, o bom e o ruim, coisas boas e coisas más. Já pararam para pensar se eu interviesse em tudo que eu visse de errado acontecendo no meio de vocês? Ótimo, então vou começar a interferir no cérebro de todos os humanos e forçá-los, com o meu poder, a crerem em mim e somente em mim como o único e verdadeiro Deus que existe. Seria ótimo, não seria? Tratar todos vocês como robôs programados para me adorar? Tenho certeza que ninguém gostaria que eu ditasse como devem viver. Gostam da sua liberdade, de terem o poder de fazer escolhas. Gostariam que Eu bloqueasse nas suas mentes a vontade de adulterar? Que Eu bloqueasse a vontade de se embriagar? De acabarem com seus pulmões com cigarros? De pensar e falar imoralidades e perversidades? E se Eu retirasse de seus corações a vontade de freqüentar as boates e noitadas regadas a bebidas, sexo livre e drogas? Talvez se eu acabasse com os jogos de azar das loterias ou dos cassinos... Então porque me pedem para intervir apenas nas coisas que vocês acham ruins? Se não devo intervir nos seus corações também não me peçam para intervir em suas ações, não seria nada justo usarmos, como vocês dizem, dois pesos e duas medidas, não é mesmo? Então agora já dá para todos vocês perceberem que existe uma coisa chamada “Vontade” e outra chamada “Permissão”. A minha vontade é que todos vocês um dia reconheçam meu filho, Jesus, como o salvador de suas vidas, e como único intermediário entre os homens e Eu. Mas Eu sei que isso não vai acontecer com todos. Muitos continuarão com seus corações duros, arrogantes e soberbos demais para aceitar que existe alguém superior aos anjos e profetas, capaz de perdoar todos os erros de suas vidas e dar-lhes a vida eterna. Muitos continuarão arrogantes e soberbos ao ponto de falarem bobagens do tipo: Mas quem disse que eu preciso ser salvo de alguma coisa? É triste... mas assim será... e, com certeza, não estarão na eternidade comigo e meu Filho Unigênito.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

AS CARTAS DE DEUS - Primeira Carta

Amados filhos e amadas criaturas feitas por mim. Sei que parece estranho Eu enviar uma carta para a humanidade, mas, devido a todos os acontecimentos dos últimos dois mil e poucos anos terrestres, entendo que seria a maneira mais fácil de me aproximar de todos vocês, já que, na última vez que tentei fazer isso de maneira mais “humana”, meu Filho Unigênito foi crucificado em Jerusalém, demonstrando que na verdade o mundo não me queria, pelo menos naquele momento da história. Por isso, fiquei pensando por algum tempo... quero dizer, algum tempo se usarmos o padrão humano de tempo, como horas, minutos e segundos...uma vez que para mim essa contagem não existe... Sei que uma carta não é algo assim tão espetacular quanto abrir o mar ou transformar as águas do Nilo em sangue ou ainda fazer as muralhas de Jericó irem ao chão. Bem que Eu poderia gravar minhas palavras na pedra, com letras talhadas pelo fogo de raios, como fiz com Moisés no monte Sinai, mas, como Eu tenho muito mais pra falar do que apenas Dez Mandamentos, ficaria um pouco difícil pra vocês empilharem tantas tábuas de pedra, não é mesmo? Então, pensei por um bilionésimo de segundo, na melhor maneira de me fazer entender por todos que tivessem acesso a estas linhas. Por isso é que tive todo o cuidado de escrever em uma linguagem universal, desconhecida da humanidade, mas com o poder de, quando apreciada pelos olhos humanos, mesmo dos chamados analfabetos, fazer-se entendível em qualquer idioma conhecido sobre a Terra. Em qualquer esquina do planeta minhas palavras serão entendidas e absorvidas. Então podem considerar como um milagre mesmo, afinal, eu tenho longa experiência em fazer muitos deles. E por falar em Terra, deixe-me começar a falar dela e de todos os zilhões e zilhões de outros corpos celestes existentes nos milhares de, como vocês chamam, “universos”. Pois é, entre tantas centenas de astros Eu resolvi, do nada, criar tudo. Podem chamar de “Big Ben” mesmo, não me importo. Porém, aconteceu porque Eu assim resolvi que aconteceria, minha explosão silenciosa, pois lembrem que no espaço não há oxigênio para produzir aquelas explosões dos filmes que vocês adoram assistir. E depois de incontáveis “tempos” fui permitindo que a matéria que Eu havia criado fosse se ajustando, até formar conjuntos de astros, com órbitas próprias, com gravidade, girando sempre ao redor de um astro comburente, que, diga-se de passagem, existem muitos por essa infinidade de espaço. Vocês chamam o seu de Sol, mas ele tem muitos irmãos, maiores e menores, mas vocês não precisam conhecer a fundo estes outros, não....gastem melhor os bilhões de dólares que utilizam nestas pesquisas espaciais para alimentar os miseráveis famintos do planeta que Eu dei como presente para vocês! Pra quê saber se existe água em Marte se na Terra existe tanta gente com sede nos lugares áridos dos países? Pra que saber se existe vida em algum outro planeta se existem tantos sendo entregues à morte na África todos os dias terrestres? Pra quê saber se Eu criei outros seres inteligentes além de vocês? Vocês não conseguem tomar conta de um único planeta com a inteligência que tem, que diremos tomar conta de mais um ou dois? Afinal, cuidar dos necessitados não é tarefa minha, é tarefa daqueles a quem eu concedi riquezas materiais, mas mesmo assim eu cuido muitas vezes por misericórdia. E aqui não falo em pessoas ricas, mas em países, nações ricas! Pensam que os miseráveis e pobres são de minha responsabilidade? Estão enganados, não são não. Eles estão nessa situação por culpa dos homens, não por minha culpa. Meus planos eram os melhores possíveis para todos vocês. Eu coloquei seus pais no “Paraíso”, literalmente falando. Lá tinha tudo para todos, mesmos para os que fossem gerados até hoje. Ninguém precisaria se preocupar com a comida, com a bebida, com roupas ou com a morte. Ninguém precisaria de endocrinologistas, de terapeutas, de nutrólogos, ninguém morreria de stress, ninguém ficaria obeso ou com vergonha do próprio corpo, ninguém seria vítima de “bala perdida” ou morreria atropelado por um bêbado sem carteira dirigindo na contra-mão.....não...ali todos seriam felizes, apenas Me adorando, Me amando e sendo amados por Mim. Bom, não preciso continuar essa parte da história porque todo mundo já sabe a tolice que Adão e Eva fizeram ao dar ouvidos à serpente, não é?
O resultado foi desastroso... mas, como Eu também dei o livre-arbítrio para todos, tiveram em suas mãos o poder de escolher: Me amar, Me esnobar, Me rejeitar, até Me odiar...mas, na verdade, as opções só são duas: quem não é por mim é contra mim. Neste aspecto sou muito radical. Não tem meio termo, ou Me querem ou não Me querem. O problema é que muitos de vocês só me querem por perto quando estão passando por problemas ou necessidade. Na hora do desespero até os ditos ateus se lembram de mim. Mas no restante de suas vidas me querem bem distante, para não opinar ou aconselhar ninguém conforme aquilo que EU sei que sempre foi o melhor para todos.
Bem, como Eu disse no início, vou me ater aos últimos dois mil e poucos anos terrestres, pois sei que a grande maioria de vocês, devido ao corre-corre do dia-a-dia, não teria tempo para ler muitas páginas, mesmo que escritas por Deus. Afinal, a novela deve começar daqui à pouco, ou vai ter que levar o filho para a natação, ou, quem sabe, está na hora de ir à academia (volto a dizer: no Paraíso vocês não precisariam disso...). Desde que meu Filho foi crucificado em Jerusalém, muitas coisas, boas e ruins, aconteceram. Entre as boas, a palavra de salvação começou a ganhar o mundo através dos discípulos e apóstolos que foram cheios do Meu Santo Espírito e começaram a correr por todos os lugares, fazendo cada vez mais discípulos e seguidores da Palavra. Pessoas mudavam seus estilos de vida, abandonavam suas vidas erradas e tinham um verdadeiro encontro com a Verdade. Mesmo perseguidos, continuavam fiéis, muitos morrendo em nome do meu Filho. Os chamados “cristãos” iam crescendo em número por todo o mundo conhecido na época, apesar das perseguições e torturas recebidas por aqueles que não negavam o meu nome. Tudo estava correndo, digamos, sob controle... até que uma de minhas criaturas, o imperador Constantino, por interesses pessoais, teve a idéia de transformar a crença livre e pura dos cristãos numa religião ..e ainda mais! Transformou aquela crença na religião oficial de seu império! Religião.....agora, Eu pergunto: quem foi que disse que mandei Meu Filho ao mundo para fundar uma religião?! Eu o mandei com o propósito de salvar a humanidade do Pecado Original, aquele que o paizão Adão cometeu junto com Eva, que separou os homens da minha presença! Mandei Meu Filho para ser um anunciador de uma vida feliz e abundante, de amor, de perdão, para que o homem conseguisse viver em harmonia com o seu próximo, visitando as viúvas, dando assistência aos órfãos, praticando a justiça e a verdade! Não o mandei para fundar nenhuma religião! Mas, tudo bem...se precisavam chamar de religião, “fazer o quê?”. Mas acharam pouco e cresceram os olhos para o comércio, para a usura, para o lucro! Nessa brincadeira transformaram a religião em estandarte das Cruzadas, e em Meu Nome e em Nome de Meu Filho, massacraram, dizimaram, violentaram e humilharam milhares de outros seres humanos, de crença e cultura diferentes, fazendo com que ambos, cristãos e muçulmanos, se odiassem até o dia terrestre de hoje. Onde os líderes cristãos estavam com a cabeça?! Achavam realmente que Meu Filho, que repreendeu a violência de seu discípulo Pedro ao cortar a orelha de Malco e que mandou vocês amarem seus inimigos, iria concordar com toda a carnificina que tornou aqueles dias em terror?! Se Eu não fosse Deus, ficaria surpreso com isso... mas, como tenho a onisciência a meu favor, fica mais fácil de entender porque vocês fazem determinadas escolhas para suas vidas. Fico contemplando as atitudes de algumas de minhas criaturas através de suas histórias e percebo como a inteligência e o raciocínio que dei a cada um, por vezes, não são colocados em funcionamento. Vejam só, há algum tempo atrás, Alexandre, chamado “O Grande” (muita presunção, não?) conquistou tudo que poderia ser conquistado, recebeu até o título de filho dos deuses no Egito, igualando-se aos faraós. O que aconteceu a ele? Hã? Alguém lembra? Eu digo.... passou mal e morreu. Simplesmente, morreu. Eu não o matei, como fiz com vários no passado, mas apenas permiti que a morte o abraçasse, para mostrar a todos, principalmente a ele, que ele não passava de carne e ossos, sangue e água. Um grão de poeira na praia do cosmo! Que de deus não tinha nada, era mortal como qualquer um de vocês, e teve o mesmo destino de qualquer rico ou pobre, intelectual ou ignorante, branco ou negro: a sepultura. Alguém que conquistou uma grande parte do mundo conhecido naqueles dias, um verdadeiro guerreiro! Morreu.....Não acham isso interessante? Ou medíocre?

domingo, 15 de agosto de 2010

MAIS UM POUCO DE "COLUNAS DE AREIA"

COLUNAS DE AREIA-"A História de Sansão”: Romance bíblico, baseado no livro de Juízes, conta a vida de um dos juízes mais polêmicos do Velho Testamento. Sansão. Seus feitos grandiosos muitas vezes eram apagados pelos exemplos negativos que ele deixava para o povo. Porém, a abordagem da vida deste homem, contado entre os “Heróis da Fé” é feita de maneira muito mais profunda e existencial do que conhecemos rasamente através da Bíblia Sagrada, intercalada com as brutais batalhas contra os filisteus. Como teria sido sua infância? A descoberta de sua força e do mundo a sua volta? Seus sentimentos mais íntimos? Sua fraqueza maior? Como ser fiel a um Deus que se mantinha calado? Como entender sua missão?

TRECHO DO LIVRO==================

...Sansão, naquele momento, simbolizava a honra e a auto-estima do povo! Ali, ele não era apenas um nazireu! Ele era a resposta dos céus!! Cada movimento de braço do gigante danita fazia com que grupos de soldados fossem jogados à distância! Então, os que ainda estavam vivos optaram por bater em retirada. Fugiram em direção à cidade, deixando o restante da colheita pra trás, juntamente com seus mortos. Em questão de minutos, o campo verdejante ao pé do monte, virou um amontoado de corpos retalhados e ensopados de sangue. Alguns poucos se mexiam, tentando vencer a disputa contra a morte, coisa que, após alguns segundos, chegavam a conclusão de que não havia como ganhar dela. Sansão olhou para todos aqueles corpos ao seu redor. Não contou quantos, mas eram muitos. Respirava pesadamente pelo esforço que havia feito. Fincou a espada de Lisvra no chão, enquanto olhava para o capacete que estava em sua outra mão, todo amassado e completamente molhado de sangue. Seu corpo estava todo respingado com aquele líquido carmesim. Sentiu nojo de suas roupas, agora avermelhadas. Seus braços apresentavam alguns cortes, provocados pelas espadas ou pelos ossos dos filisteus. Diante de tantos corpos uma dúvida residia em seu peito: “Como eu ainda estou vivo??”...........

sexta-feira, 30 de julho de 2010

COLUNA DE AREIA


COLUNAS DE AREIA-"A História de Sansão”: Romance bíblico, baseado no livro de Juízes, conta a vida de um dos juízes mais polêmicos do Velho Testamento. Sansão. Seus feitos grandiosos muitas vezes eram apagados pelos exemplos negativos que ele deixava para o povo. Porém, a abordagem da vida deste homem, contado entre os “Heróis da Fé” é feita de maneira muito mais profunda e existencial do que conhecemos rasamente através da Bíblia Sagrada, intercalada com as brutais batalhas contra os filisteus. Como teria sido sua infância? A descoberta de sua força e do mundo a sua volta? Seus sentimentos mais íntimos? Sua fraqueza maior? Como ser fiel a um Deus que se mantinha calado? Como entender sua missão?

TRECHO DO LIVRO COLUNAS DE AREIA
(...)O jovem nazireu virou-se e começou a andar, indo embora. Sabia que não poderia ficar em Timna, tampouco andando pelas cidades filistéias. Sua cabeça estaria valendo muito depois dos últimos acontecimentos.
Cephos, ao ver o açougue no qual o fundo de sua casa havia se transformado, não sabia se ficava contente pela vingança de Sansão ou temeroso por causa do futuro contra ataque do general de Gaza. Uma coisa era certa: seus escravos teriam muito trabalho pela manhã para retirar tantos corpos, inteiros ou pela metade, que decoravam toda a extensão de suas terras. Mas no fundo de seu coração sabia que sua filha havia se vingado de Azvah e aquilo lhe trazia grande alegria. Reconhecia que na noite do casamento o general aproveitou-se de seu descontrole e o coagiu a entregar Yashmin ao seu subordinado, coisa que ele arrependia-se profundamente. Na verdade, até sua alma estava lavada.
As labaredas ainda estalavam a palha e a madeira da cocheira, fazendo as chamas dançarem altas ainda, promovendo um espetáculo vermelho-amarelado. As pessoas começavam a chegar, apesar do frio da madrugada, para ver toda aquela confusão. Sansão não se importou com nenhuma delas, apenas ia andando, enquanto a multidão abria caminho, admirada com aquela tétrica visão e daquele gigante danita passando, como uma coluna de bronze suja de sangue e fuligem. Ele estava muito cansado, afinal, a batalha havia durado quase uma hora, onde seus braços, pernas e mente não pararam nem por um minuto. Apesar de ter acabado com a guarnição filistéia, a vingança do nazireu ainda não estava completa. O preço de sua felicidade frustrada custaria muito caro, e aqueles corpos estendidos e amontoados pelo campo tinham sido apenas uma parte do pagamento aos filisteus...

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sexta-feira, 23 de julho de 2010

OITO ESTUDOS PRÁTICOS SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS - Mateus 5: 1 a 12

TERCEIRA E ÚLTIMA PARTE

6- OS LIMPOS DE CORAÇÃO
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (vs. 8)

Esta frase nos leva a uma profunda auto-análise. Ela exige que todo homem examine seu coração, seus motivos, seus mais profundos pensamentos e desejos para ver se eles são puros diante de Deus. A palavra “puro”, no grego, katharos, tem vários significados que vão nos ajudar a entender o que Jesus estava dizendo:

a)Era usada para o processo de lavar roupas sujas;
b)Era usada para o processo de debulhar o trigo, separando da palha;
c)Significava um exército depurado de todo soldado covarde, descontente e incapaz;
d)Era usada para o leite não diluído com a água;
e)Era usada para o metal que não tinha nenhuma impureza.

Através destes significados, podemos entender o que diz no Salmo 24: 3-4.

O verbo não significa apenas ser limpo ou lavado, mas também não ser hipócrita, ou agir de má-fé ou com dolo. Pelo contrário, fala de singeleza de intenção, propósito e motivo, conforme Jesus fala em Mt.6: 22-23. E quando o texto nos fala sobre o coração, obviamente não está falando do órgão musculoso que bombeia o sangue de nosso corpo, mas da mente, da consciência, da alma ( Mc.7:21-23, Jr.17:9, Pv.23:7).
E o que vem a ser o “ver” a Deus? É literal? É ilustrativo? Figura de linguagem? Linguagem de acomodação? ( Aqui deixo alguns textos para reflexão e discussão).

I Co.13:12, I Jo.3:1-2, Pv.7:15, Ez.39:29, Hb.9:24.

Literal ou não, a verdade é que estaremos diante da presença de Deus, de maneira mais explícita possível! E isso já será maravilhoso para todos nós.


7- OS PACIFICADORES
“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”(vs.9).

O pacificador por vezes se confunde com o manso, pois ambos tentam a todo custo não incitar o comportamento violento e rude das pessoas. Tentam, ambos, evitar as guerras, as brigas, as desavenças. (Pv.16:7). Os pacificadores são aqueles que, nos momentos difíceis, agem como Jesus agiria se estivesse diante do problema ou situação. Os pacificadores são aqueles que não tem vergonha de pedir perdão, mesmo que não sejam culpados, só para ver a paz reinar. Os pacificadores são aqueles que farão de tudo ( que não vá de encontro a Palavra) para promover a reconciliação, o perdão, a paz. São aqueles que pensam bastante antes de falar. Muitos problemas não existiriam se as pessoas soubessem como falar com o seu próximo. Jesus foi o maior de todos os pacificadores, pois através do amor pelo homem Ele, em vida, demonstrou entender com precisão a humanidade, e na cruz, pelo seu sacrifício e ressurreição, deu o poder a todo aquele que crê, ser chamado de filho de Deus. Se você se considera filho de Deus, então deve demonstrar esse amor pacificador que Cristo nos deixou de exemplo.


8- OS PERSEGUIDOS
“Bem-aventurados os perseguidos, por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus”(vs.10).
Essa oitava e última bem-aventurança é diferente, pois não retrata as qualidades de uma vida feliz, mas descreve a maneira como o mundo trata o filho do reino. Implicitamente, só o fato de que ele é perseguido já demonstra que, no mínimo ele pensa, age e se comporta de maneira diferente. Seus padrões são diferentes, seus valores são diferentes, seu modo de ver o mundo, a vida, o próximo, a família, a política, os filhos, o trabalho, tudo é diferente. O mundo não está preparado para existir com pessoas mansas, pacíficas, misericordiosas, limpas de coração. Não! O mundo existe para pessoas completamente antagônicas aos preceitos de Deus.
Precisamos entender também o que era a perseguição a que Jesus se refere no texto. Pelo menos em 3 áreas o cristão era passivo de perseguição:

a) Na família;
b) Na Socieldade;
c) Nos empregos.

Isso sem contar as torturas e mortes hediondas que tinham que agüentar pelo nome de Cristo. As injúrias e calúnias que sofriam também eram terríveis (eram chamados de canibais, promotores de orgias sexuais, acusados de serem incendiários, etc).

E hoje? Quais são as perseguições/ calúnias que o crente moderno enfrenta?

Jesus foi perseguido e morto pelos líderes religiosos porque eles não suportavam a perfeição da Sua presença, pureza e bondade. Não tinham coragem para encarar a repreensão que Jesus lançava sobre eles, de sua hipocrisia, maledicência, rancor, que os deixava muito distantes de Deus. O mundo torce para que caiamos, dando motivo para nos escarnecerem. Por isso sempre irão nos perseguir. Mas que, acima de tudo, possamos nos sentir realmente bem-aventurados por seguirmos o caminho do Senhor. Não somos perfeitos, mas devemos buscar essa perfeição “inalcançável”. Não somos puros o suficiente, mas não devemos desistir de buscar essa pureza (Sl.51:10). E acima de tudo, nos lembrar que o fundamental para sermos bem aventurados, é nos lembrar que a frase-chave de todas as BAs é “negue-se a si mesmo”. E a palavra-chave é “entregar”.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

OITO ESTUDOS PRÁTICOS SOBRE AS BEM-AVENTURANÇAS - Mateus 5: 1 a 12

SEGUNDA PARTE

3- Os mansos
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra”(vs.5)

Sempre caímos no erro de comparar uma pessoa mansa com alguém covarde, passivo, sem atitude, que fala baixo e nunca demonstra estar com raiva ou protestando por algum direito seu. Ser manso não é ser fraco, pois é preciso ser muito forte para contrariar a opinião pública, remar contra a maré dos modismos e costumes pecaminosos e dizer: Sou de Jesus! Também se olharmos a seqüências das BAs (Bem-aventuranças) veremos que as duas primeiras fazem parte do relacionamento Deus-homem. Mas aqui a benção vem para aqueles que desenvolvem um relacionamento homem-próximo. Como eu trato meu próximo? Como ele me vê? Como reajo diante dele? Em grego o termo é praotes (que significa ponto de equilíbrio entre dois extremos). Jesus está nos motivando a sermos moderados, equilibrados, termos bom-senso. O termo também é utilizado para o processo de domesticar um animal selvagem para que ele aprendesse a ser manso, submisso e obediente ao seu mestre, seu dono. Mansidão, assim como a humildade e o choro, são características da entrega total do homem a Deus. É entregar a Ele nossas causas, nossos direitos, nossos litígios e dificuldades. Podemos citar como exemplos Abraão com Ló, ou Davi com Saul e Jesus (Fl.2:5 a 11). E herdarão a terra, pois todos os coléricos, sanguíneos e brutos tendem a encontrar a morte pela guerra, brigas, etc.


4- Fome e sede de justiça
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos”(vs.6).

Num primeiro momento temos que entender o contexto no qual Jesus diz essas palavras. As pessoas que moravam naquela região da Palestina, eram, na sua grande maioria, pobres, que passavam realmente fome e desidratavam pela sede. Também eram oprimidas pelo poder do conquistador, Roma! Naquele contexto, Jesus faz um paralelo, dizendo que um dia a justiça (no sentido de penalidade a um crime) viria ao povo oprimido (Sl 37:1 a 11), mas aquela justiça não era a mais importante, pois também estava falando em justiça no sentido de justificação diante de Deus ( Rm 5:1 a 5). Jesus está dizendo, com outras palavras, que são felizes, abençoadas, as pessoas que buscarem com fome e com sede a justificação das suas vidas diante de Deus, através do sacrifício de Jesus na cruz, com a mesma vontade, com a mesma gana com que queriam a justiça contra os romanos. Quando tenho fome e sede desta justificação significa dizer que quero me livrar da presença e do poder do pecado e, consequentemente, me aproximar cada vez mais de Deus, buscando santificação, fartura de Deus em minha vida. Estar farto significa estar saciado, mas também implica dizer que vamos continuar querendo mais de Deus a cada dia... (Sl.63:1 e 143:6).


5- Os Misericordiosos
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (vs.7)

Você é uma pessoa misericordiosa? Ser misericordioso não é ser permissivo ou sentir pena de alguém que está sofrendo. A palavra que Jesus usou foi “elcemon”, que significa: habilidade de estar na pele de outra pessoa, de ver, sentir e pensar como ela. É colocar-se voluntariamente no lugar do outro. Foi isso que Deus fez por nós, através de Jesus quando o “o verbo se fez carne e habitou entre nós”. Também vemos isso em Fl.2:6-7, nas parábolas do Bom Samaritano (Lc.10:30-37) e do credor incompassivo (Mt.18:23-35).
Quando somos misericordiosos com alguém, sentimos compaixão por sua condição miserável e temos um desejo de aliviar essa situação. A seqüência das BAs demonstra as etapas que nos levam aos pés de Cristo. Quando sou humilde de espírito reconheço minha total dependência de Deus em tudo na minha vida. Então choro por minha condição de pecaminosidade perante um Deus santo e isso me dá disposição para andar com mansidão diante de Deus e dos homens. Reconhecendo que o sangue de Jesus (o sacrifício) nos justifica diante de Deus, temos disposição para sermos misericordiosos, como Deus foi conosco. Se já fui perdoado, tenho disposição para perdoar. Se já experimentei as profundezas da misericórdia do Senhor, meu espírito vingativo desaparece (Rm.12:19) e passo a ser misericordioso. Sem entender o quanto Deus me perdoou nunca poderei perdoar, se não entender quão profunda é a misericórdia do Senhor, não poderei ser uma pessoa misericordiosa.

(Na próxima semana, terceira e última parte)