sábado, 3 de abril de 2010

"ESTÁ CONSUMADO"


(João 19:30)

A imagem é a que todos nós conhecemos, quer tenhamos tirado de nossa imaginação ao ler os relatos bíblicos, quer tenhamos visto em algum filme sobre Jesus. O lugar é aquele conhecido como “Gólgota”, ou “Caveira”, com a sua devida tradução. Um elevado, nas cercanias de Jerusalém, onde Cristo, ladeado por dois malfeitores, foi crucificado, após sofrer excruciante laceração física e psicológica que durou toda a noite do dia anterior e estendeu-se pela madrugada. Ali, pregado numa cruz, símbolo da vergonha e humilhação para os ditos “criminosos” que não fossem romanos (Roma não crucificava seus cidadãos), pendia o corpo de Jesus, ainda com vida, mas por pouco tempo. Ele já havia surpreendido a todos, pedindo ao Pai que perdoasse aqueles homens que o estavam crucificando porque eles não sabiam o que estavam fazendo. Ele já havia externado sua profunda sede, ao que foi atendido com uma esponja ensopada no vinagre. Também já havia prometido o paraíso a um dos homens que estavam crucificados ao seu lado, pois houve o reconhecimento daquele de que Jesus era o Messias.
Mas antes daquele momento de dor e sofrimento, Ele já havia feito muitas outras coisas. Transformara água em vinho, fizera aleijados andar, cegos enxergar, possuídos serem libertos, perdoara os pecados de alguns, ressuscitou outros, curou vários enfermos, pregou insistentemente o Caminho da salvação para milhares e mostrou a todos que Ele era o Messias esperado ao chamar para si a responsabilidade e a autoridade de ser o elo entre os homens e o Pai ao dizer:

“Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (João 14:6)

Ele já havia feito tudo o que lhe cabia fazer. Olhando novamente para a cena da cruz, muitos que estavam ali acharam que aquele era um momento de derrota, onde seu “Rabi” (Mestre) estava sendo entregue à morte vergonhosa na cruz. Mas o que todos eles não sabiam era que ao dizer “está consumado”, Jesus resumia naquele instante tudo o que havia feito desde o momento em que colocou seus pés sobre a terra. Sua missão havia chegado ao fim! Ele havia vindo para proporcionar ao homem vida, e vida em abundância.

“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10:10)

Veio para dar ao homem a possibilidade de reatar seus laços com o Criador e proporcionar a opção da Vida Eterna ao lado do Pai. Sim, a opção, pois Ele não força ninguém a aceitá-lo como salvador, mas reserva coisas maravilhosas para aqueles que o fazem.
“Sim, está consumado, pois eu já mostrei a todos o que deve ser feito e como deve ser feito. Escancarei as portas do céu e mostrei como podem alcançar a redenção! Vim para corrigir os erros do primeiro Adão! O pecado entrou no mundo através dele, mas através de mim o pecado e a morte espiritual podem ser vencidos! Já fiz o que tinha de ser feito!” Fico imaginando Jesus pensando dessa forma.
Ao dizer essa curta frase, Ele não apenas estava dizendo que toda sua missão estava cumprida, mas também deixava outro recado: a morte seria vencida! E em três dias Ele se levantaria, ressurreto dentre os mortos, provando, mais uma vez, que as chaves da morte e do inferno estavam em suas mãos e que todo o poder, na terra e no céu, pertencia a Ele. “Está consumado” não é uma frase de derrota, mas de vitória suprema de nosso Senhor Jesus Cristo! Os planos de Satanás estavam sendo colocados por terra, afinal, o Filho de Deus estava definhando em uma cruz! Mal ele sabia que tudo aquilo estava nos planos do Pai, pois “a semente, para dar frutos, precisava morrer”.
“Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” (João 12:24)

E através do sacrifício na cruz, tal qual um cordeiro perfeito, sem defeitos, Jesus nos purificou de todo o pecado e nos livrou da morte que estava destinada a toda a humanidade. A frase dita na cruz era a mesma que, no passado, se escrevia nos documentos de dívidas, quando estas eram quitadas pelos devedores ou quando alguém assumia a dívida do próximo. Era uma espécie de SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), quando nosso pecado foi colocado sobre os ombros de Cristo nossa dívida foi paga. Nossos nomes ficaram limpos! Nossas almas haviam sido compradas por Jesus. Portanto, agora, temos livre acesso ao Pai. Pense nisso...

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